A Questão da Pureza [Parte I]

Meus amados!

Você se ofenderia se eu dissesse que potencialmente você é um pecador? Não? Ainda bem. Mas se eu dissesse que você e eu essencialmente somos pervertidos, depravados, imorais, inclinados a toda sorte de males, agravei a sua percepção?

A bíblia assim se refere à nossa natureza humana decaída, destituída da vida com Deus. Quando Deus infunde sua natureza divina na vida de um cristão sincero, as duas naturezas passam a guerrear entre si e uma árdua luta passa a acontecer: o espírito milita contra a carne. Você se lembra: andai no Espírito e jamais satisfareis aos anelos insaciáveis e descontrolados da carne (concupiscência)?

Sim, eu e você somos originalmente pecadores, porque não existe pessoa alguma boa na sua essência. Se somos tão maus na essência e isso alcança a todos os homens, por que as coisas não estão piores?

1. Primeiro, por causa da moral universal divina que é incutida pelo próprio Deus na mente e no coração de cada nascido neste mundo e que é revelada sistemática e logicamente pelos processos educacionais, onde é descoberta e estimulada. Ser honesto, respeitar o outro, não se apropriar do que não é seu etc. Contudo, isso não muda o coração, a essência, o conteúdo espiritual interno de cada um de nós, que é potencialmente mau.

2. Em segundo lugar, eu diria que Deus derrama sobre bons e maus certas restrições comportamentais impedindo que coisas inconcebíveis nas relações interpessoais viessem a acontecer de uma forma desmedida e desregrada. Já basta o tanto que temos visto como pedofilia, homicídios, violências diversas, desmonte das famílias etc.

3. Um último ponto que eu destacaria, é a presença da igreja de Cristo no mundo como sal e luz. Sim, a igreja do Senhor é um dos instrumentos de Deus para tornar-se conhecido entre os homens, possibilitando que eles reconheçam seu estado de miserabilidade espiritual existencial e recorram à ajuda do perdão divino para receberem a nova natureza, a nova essência. Não deixam de ser humanos, mas são tornados divinos por causa da habitação de Deus na mente humana através da visitação única e especial do Espírito Santo que sela cada crente com o selo da promessa, do pacto, da aliança com o Deus da Aliança.


É somente a compreensão dessa realidade espiritual – ou seja, da compreensão do que somos e de onde Deus nos tirou para nos transformar –, que podemos ter a dimensão valorativa da expiação de Cristo por nós. Somente pensando assim é que podemos valorar a graça de Deus e exaltá-lo porque ele nos atraiu na sua direção e nos levou para o conforto de seus braços e para a segurança de seu colo eterno.


A devocional a seguir segue esse viés. Que sejamos edificados mais uma vez!

Sinta(m)-se abraçado(s).


Pr. Flávio Ataliba.

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