12 Homens e O Segredo

A paz do SENHOR, Cadetes!

Neste primeiro quadrimestre de 2010, estamos em nossas reuniões com o Estudo 12 homens e O Segredo. Nesta série de estudos baseados no livro “Doze homens comuns” de John MacArthur, vamos enfatizar a vida dos doze apóstolos e descobrir que eles eram como nós e como outras pessoas que conhecemos, com imperfeições e fraquezas. Mas os 12 foram pessoalmente escolhidos e chamados por Cristo. Ele os conhecia como só o seu Criador poderia conhecê-los. Em outras palavras, ele sabia de todos os seus defeitos muito antes de escolhê-los. Sabia até mesmo que Judas iria traí-lo e ainda assim, escolheu o traidor e deu-lhe os mesmos privilégios e bênçãos que ofereceu aos outros.
Então não percam mais tempo! Vamos aos estudos, em breve teremos a prova do FIB – Fiéis Investigadores da Bíblia. E a cada sábado, logo após nossas reuniões vocês já poderão conferir um novo Estudo.

Reunião 1 (02 de Janeiro de 2010): Pedro – o apóstolo que falava demais
12 homens e o Segredo
Karina Maia Rêgo – Seminarista

Introdução
Você consegue pensar em alguém que ache fascinante? Alguém que gostaria que fosse seu líder? Quantos defeitos ou falhas você diria que essa pessoa tem? Hoje falaremos de alguém realmente fascinante. Um homem para quem muitos olhavam e diziam: Como eu gostaria de se como ele! Esse homem é o apóstolo Pedro.

1. Pedro, o líder do grupo
Temos quatro listas dos doze apóstolos no Novo Testamento: Mateus 10.2-4, Marcos 3.16-19, Lucas 6.13-16 e Atos 1.13. Nas quatro listas bíblicas, são apresentados os nomes os mesmos doze homens, sendo impressionante a ordem em que aparecem. Pedro é o primeiro nome nas quatro listas. Assim, ele se destaca como líder e porta-voz do grupo dos doze.
Sabemos que Simão Pedro era o líder dos apóstolos – e isso não apenas porque seu nome aparece no começo de todas as listas dos doze. A liderança de Pedro fica ainda mais evidente pela maneira como ele normalmente age, falando em nome do grupo, sempre no primeiro plano, tomando a frente. Sua personalidade era naturalmente dominante e o Senhor fez bom uso da mesma em meio aos discípulos.
É isso que queremos enfatizar, foi o Senhor que o escolheu para ser líder. Pela vontade soberana de Deus, Pedro foi formado e capacitado para ser líder. Além disso, o próprio Cristo instruiu e treinou Pedro para liderar. Desse modo, quando olhamos para Pedro, vemos que Deus constrói um líder.

1.1 – Deus trabalhou nele a Submissão
À primeira vista, pode parecer uma qualidade estranha para ser cultivada por um líder. Afinal, o líder é a pessoa que está no comando e espera que outros se submetam a ele, certo? Contudo, um verdadeiro líder não apenas exige submissão; ele é um exemplo de submissão através da sua forma como se submete ao Senhor e àqueles que tem autoridade sobre ele. Tudo que o verdadeiro líder cristão faz deve ser marcado pela submissão a todas as autoridades – especialmente submissão a Deus e à sua Palavra.
A tendência dos líderes é de serem seguros e agressivos. Pedro possuía tal sentimento dentro de si. A fim de equilibrar esse lado dele, o Senhor ensinou-lhe a submissão. Vamos ler o texto de Mateus 17.24-27:

“E, chegando eles a Cafarnaum, aproximaram-se de Pedro os que cobravam as dracmas, e disseram: O vosso mestre não paga as dracmas? Disse ele: Sim. E, entrando em casa, Jesus se lhe antecipou, dizendo: Que te parece, Simão? De quem cobram os reis da terra os tributos, ou o censo? Dos seus filhos, ou dos alheios? Disse-lhe Pedro: Dos alheios. Disse-lhe Jesus: Logo, estão livres os filhos. Mas, para que os não escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que subir, e abrindo-lhe a boca, encontrarás um estáter; toma-o, e dá-o por mim e por ti.”

É curioso como o milagre realizado por Jesus demonstrou sua absoluta soberania ao mesmo tempo que Ele estava sendo exemplo de submissão humana. Ao dar o exemplo, Ele ensinou Pedro a submeter-se de boa vontade, mesmo quando Pedro acreditava ter um bom argumento para recusar-se a fazê-lo.
E você, Cadete? Gosta da ideia de lidera, mas seráque gosta também da ideia de aprender com Jesus a ser submisso, como Ele próprio foi?

1.2 – Deus trabalhou nele o Domínio Próprio
Os líderes geralmente tem cabeça-quente. Pedro também era assim, era voltado para a ação, queria decidir logo, tomar a iniciativa. Uma pessoa como Pedro impacienta-se facilmente com outros que não fazem as coisas do jeito dele. Pode, ainda, irritar-se rapidamente com aqueles que atrapalham. Desse modo, a fim de ser um bom líder, devem aprender sobre domínio próprio. Vamos ler João 18.10:

“Então Simão Pedro, que tinha espada, desembainhou-a, e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. E o nome do servo era Malco. Mas Jesus disse a Pedro: Põe a tua espada na bainha; não beberei eu o cálice que o Pai me deu?”

O episódio em que Pedro decepou a orelha de Malco é um exemplo clássico de sua falta de domínio próprio. Mesmo cercado de centenas de soldados romanos, todos armados até os dentes, Pedro impensadamente puxou a espada e estava pronto pra “qualquer parada”. Aquela repreensão foi muito difícil para Pedro, tendo acontecido na frente de todo mundo, mas naquela noite Jesus havia lhe ensinado uma importante lição sobre domínio próprio.
E você, Cadete, tem controlado seus impulsos, ou continua dando desculpas para não mudar seu comportamento? Lembre-se de que Pedro achou que estava fazendo a coisa certa, defendendo Jesus.

1.3 – Deus trabalhou nele a Humildade
Com freqüência, os líderes são tentados a cair no pecado do orgulho. Na verdade, o pecado mais comum da liderança é considerar-se maior do que se deve. Quando as pessoas estão seguindo sua liderança, constantemente elogiando-o, tomando-o como exemplo e admirando-o, é muito fácil ser tomado de orgulho. Podemos observar em Pedro uma tremenda segurança, até mesmo quando sua opinião era diferente da do próprio Jesus. Vamos ler Mateus 26.31 a 35:

“Então chegou Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani, e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar. E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito. Então lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui, e velai comigo. E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres. E, voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a Pedro: Então nem uma hora pudeste velar comigo?”

É claro que, como sempre, Pedro estava errado e Jesus estava certo. Pedro, de fato, negou a Cristo não somente uma vez, mas várias, exatamente como Cristo o havia advertido. A vergonha e a desgraça de Pedro só foram maiores porque ele havia se orgulhado a respeito de si próprio achando que todos poderiam cometer esse pecado, menos ele!
E você, Cadete? Tem se orgulhado achando que só os outros é que pecam e que talvez até Deus tenha orgulho de você?

1.4 – Deus trabalhou nele o Amor
Através de suas experiências com Jesus, Pedro havia aprendido a ser compassivo, brando, bondoso, gentil e consolar os outros que se encontravam feridos pelo pecado e pelo fracasso pessoal, pois ele havia passado por isso. Pedro entendia a fraqueza humana, ele entendia bem. Ele havia chegado ao fundo do poço. No entanto, havia sido aperfeiçoado fortificado e fundamentado pelo Senhor. Então Pedro aprendeu a amar? Certamente que sim. Vamos ler o que o próprio Pedro escreveu em 1 Pedro 4.8:

“Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros; porque o amor cobrirá a multidão de pecados.”

Pedro estava nos chamando a amar até o máximo de nossa capacidade, é isto que quer dizer INTENSO aqui. O amor do qual falou não é um sentimento. Trata-se de um amor que cobre e compensa pelas falhas e fraquezas dos outros. O próprio Pedro aprendeu essa lição através do exemplo de Cristo.
E você, Cadete? Quer ser líder e também amar com o amor que “cobre multidão de pecados”?

Conclusão
O nome de Pedro é mencionado mais do que qualquer outro nome nos evangelhos, exceto o de Jesus. Ninguém fala com tanta frequência quanto ele e nem o Senhor se dirige tantas vezes a outro como a Pedro. Nenhum discípulo é repreendido com tanta frequência quanto Pedro. Ninguém confessou a Cristo com mais ousadia. No entanto, nenhum outro discípulo negou verbalmente a Cristo de modo tão enfático. Ninguém é abençoado por Cristo como Pedro foi, contudo, Pedro foi o único a quem Cristo chamou de satanás. O Senhor tinha coisas mais duras a dizer para Pedro do que para qualquer outro discípulo. Tudo isso contribuiu para fazer dele o líder que Cristo desejava que ele fosse. Deus tomou um homem comum e transformou-o num líder firme como uma Rocha. Ele pode fazer isso com você também!

Reunião 2 (09 de Janeiro de 2010): André – o apóstolo das pequenas coisas
12 homens e o Segredo
Karina Maia Rêgo – Seminarista

Introdução
Certa vez um professor estava fazendo um teste na turma para descobrir quais os talentos, habilidades e dons de seus alunos. O teste consistia em que o próprio aluno deveria identificar quais eram suas maiores qualidades e dons. Ao final o professor perguntou a cada um quantos dons eles haviam listado. Muitos não passaram de 2 afirmaram ser muito difícil falar a respeito de si mesmo, mas um dos alunos respondeu que havia listado 10 dons. O professor então disse que ele deveria pedir a Deus um dom que não tinha na sua lista: o dom da humildade!
Hoje falaremos de uma pessoa que conhecia bem este sentimento e que aprendeu com o próprio Jesus que “aparecer” nem sempre é o que faz a diferença!

1. André – o primeiro a ser chamado
André foi o primeiro de todos os discípulos a ser chamado (Jo 1.35-40). Ele foi o responsável por apresentar Pedro, seu irmão, a Cristo (VS. 41,12). Seu desejo ardente de seguir a Cristo, combinado com zelo em apresentar outros a ele já nos mostra como era seu caráter.
André, o irmão de Pedro, é o menos conhecido dos quatro discípulos do primeiro grupo. Apesar de ser um dos discípulos mais chegados, André fica em segundo plano. É provável que, desde a infância, Pedro e André tivessem amizade com Tiago e João, filhos de Zebedeu. Assim, é bastante natural que esses quatro estivessem juntos no grupo dos doze. Em muitos aspectos, esses quatro pareciam inseparáveis.
E você, Cadete? O que tem sido importante para você em uma amizade, ser o mais importante do grupo ou ser o amigo inseparável?

1.1 André – o irmão de Pedro, com muito orgulho!
André viveu sua vida à sombra de seu irmão mais conhecido. Muitos dos versículos que citam seu nome acrescentam que ele era irmão de Pedro, como se esse fosse o fato que lhe conferia importância. Em situações como essa que um irmão se destaca mais que o outro, é comum encontrar ressentimento, rivalidade ou até mesmo separação entre os irmãos. Mas como no caso de André, não há qualquer evidência de que ele se ressentia com a influência de Pedro. Como vimos, para começar, foi André que levou Pedro a Cristo. Ele fez imediatamente e sem hesitar. André devia saber muito bem que, assim que Pedro passasse a fazer parte do grupo de discípulos, ele assumiria o comando e André seria relegado a uma posição secundária. Ainda assim André levou o seu irmão mais velho a Cristo.
E você, Cadete? Vive disputando alguma coisa com seus irmãos ou lhes negando algo de bom se isto lhe faz ser melhor que eles?

1.2 – André, o ministro dos bastidores
Quase tudo que a Bíblia nos conta sobre André mostra que ele possuía a atitude certa para exercer um ministério nos bastidores. Ele não procurava ser o centro das atenções. Ele não procurava ser o centro das atenções. Não parecia incomodar-se com aqueles que trabalhavam por detrás das cenas. Evidentemente, ele tinha prazer em fazer aquilo que podia com os dons que Deus lhe concedera e com o chamado que havia recebido e também permitia que os outros fizessem mesmo. Todas as vezes que a Bíblia cita o nome de André ele nunca o relaciona a qualquer desonra. É claro que houve ocasiões em que, seguindo a liderança de Pedro ou fazendo as coisas com os outros discípulos, André cometeu os mesmos erros que eles. No entanto, sempre que seu nome é mencionado a Bíblia o elogia por aquilo que faz. Mesmo não tendo chamado a atenção sobre si, André foi um líder eficiente.
E você, Cadete? É do tipo que se acha “a última coca-cola gelada do freezer”? Quer ser sempre o tal, o centro das atenções?

1.3 André – o primeiro missionário
O encontro pessoal de André com Jesus ocorreu no dia depois do batismo de Jesus (Jo 1.29-94). André e João estavam do lado de João Batista e seguiram a Jesus. Eles encontraram, conheceram e começaram a ser ensinados por Jesus naquele mesmo dia. Assim, André e João se tornaram os primeiros discípulos de Jesus. Observe a primeira coisa que André fez: “Ele achou primeiro o seu próprio irmão, Simão, a quem disse: “Achamos o Messias, e o levou Jesus”. A notícia era boa demais para ele guardá-lo só para si, de modo que André foi procurar aquela pessoa que ele mais amava no mundo – que ele mais desejava que conhecesse Jesus – e a levou até Cristo. A história conta que ele morreu depois de ficar dois dias amarrado em uma cruz em forma de X, exortando aqueles que passavam por ele a buscarem a salvação em Cristo.
E você, Cadete? Se incomodaria de ter em um final triste assim, sem reconhecimento, contanto que tivesse falado do amor de Jesus?

Conclusão
Graças a Deus por pessoas como André. São elas que, trabalhando em silêncio, de modo fiel e discreto, alcançaram as maiores realizações para o Senhor, não recebem muito reconhecimento, e não é isso que buscam. Só querem ouvir o Senhor dizer “Fizeste um bom trabalho”. Que André seja nosso exemplo de que no trabalho de Jesus, muitas vezes são as pequenas coisas que importam!

Reunião 3 (16 de Janeiro de 2010): Tiago – o apóstolo fervoroso
12 homens e o Segredo
Karina Maia Rêgo – Seminarista

Introdução
Quem gosta de ser o primeiro? Quem se lembrado vice? Há quem diga que ser o segundo ou vice é a mesma coisa que não ser nada! Receber a prata é igual receber o bronze. Queremos ser os primeiros, estar nos lugares de destaque. Mas e se tivéssemos que ser os primeiros, mas os primeiros a morrer? Você brigaria por esse podium?

1. Tiago, o primeiro a morrer por Jesus
Dos três discípulos do circulo mais intimo de Jesus, sabemos menos coisas sobre Tiago. Ele
Nunca aparece sozinho nos Evangelhos, mas sempre junto com João, seu irmão mais jovem e mais conhecido. A única vez em que é mencionado isoladamente é no livro de Atos, onde é registrado o seu martírio. As Escrituras relatam que foi Herodes Agripa I quem ordenou sua morte (sobrinho de Herodes Antipas – que mandou matar João Batista) e que o instrumento de execução foi uma espada, o que significa, obviamente, que ele foi decapitado. Tiago era o filho mais velho de uma família muito importante. Seu pai Zebedeu tinha dinheiro e prestigio social. É possível que ele tivesse achado que o primeiro lugar entre os apóstolos, exceto um sentido: foi o primeiro a morrer.
E você, Cadete? Tem sido o primeiro em quê? Nas coisas boas ou nas coisas ruins?

1.1 Tiago – o “Filho do Trovão”
Se há uma palavra-chave que se aplica à vida do apostolo Tiago, essa palavra é intensidade. Do pouco que sabemos sobre ele, fica evidente que Tiago era um homem de intenso fervor e entusiasmo. Aliás, Jesus deu a Tiago e a João um apelido: Boanerges – “Filhos do Trovão”. Isso define a personalidade de Tiago. Ele era zeloso, impetuoso, intenso, fervoroso e ambicioso (Mc 10.35-38). O apelido “Boanerges” parece ter sido dado aos filhos de Zebedeu para repreendê-los quando seu temperamento naturalmente ardoroso fugia de controle. O pouco que sabemos sobre Tiago ressalta o fato de que ele era um homem de disposição impetuosa e veemente. Enquanto André calmamente levava indivíduos a Jesus, Tiago desejava ter poder de fogo dos céus para destruir vilas inteiras cheias de pessoas (Lucas 9.51-56). Até mesmo o fato de Tiago ser o primeiro a morrer – e morrer pelas mãos se Herodes – sugere que ele não era um homem calmo, mas sim, que era parte de sua personalidade causar agitação, de modo que fez inimigos mortais com grande rapidez.
E você, Cadete? Tem feito amigos ou inimigos mortais por causa de seu temperamento? Seu jeito tem servido para a glória ou a vergonha do Evangelho?

1.2 Tiago – “O menino brigão que virou um amigão”
Existe um livro infantil com esse nome que conta a história de “um menino brigão que virou um amigão” e o resumo dela é que ele conheceu a Deus e por isso aconteceu a transformação. Com Tiago não foi diferente! Tiago achava que o cuidado intenso com as coisas de Deus é a única coisa que interessa. Ao conhecer Jesus ele aprendeu que o zelo sem sabedoria é perigoso. O zelo sem amor é cruel. E em certas ocasiões Tiago se deixou dominar pelo zelo mal empregado. Vamos ler Lucas 9.51-56:

“E aconteceu que, completando-se os dias para a sua assunção, manifestou o firme propósito de ir a Jerusalém. E mandou mensageiros adiante de si; e, indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos, para lhe prepararem pousada, Mas não o receberam, porque o seu aspecto era como de quem ia a Jerusalém. E os seus discípulos, Tiago e João, vendo isto, disseram: Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também fez? Voltando-se, porém, repreendeu-os, e disse: Vós não sabeis de que espírito sois. Porque o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las. E foram para outra aldeia.”

Já pensou se Deus fizesse isso? Nos desse destruição instantânea toda vez que pecássemos? Mas não é assim que Deus nos trata (Salmos 145.9; Êxodo 34.6; Ezequiel 33.11). Quando Tiago sugeriu fogo do céu como resposta adequada à falta de hospitalidade dos samaritanos, provavelmente ele achou que estava fazendo a coisa certa. O exemplo de Jesus ensinou a Tiago que a bondade amorosa e a misericórdia são virtudes a serem cultivadas tanto quando o zelo fervoroso. Observe o que aconteceu. Em vez de pedir fogo do céu, “Seguiram para outra aldeia”. Simplesmente encontraram acomodações em outro lugar. Talvez tenha sido um pouco inconveniente, mas naquelas circunstâncias foi melhor e mais apropriado do que atender a proposta de Tiago e João para a falta de hospitalidade dos samaritanos.
E você, Cadete? Será que tem esquecido que fazer as coisas da Igreja? Sem amor, na verdade, não vale nada. Deus não precisa que você o defenda com unhas e dentes, mas que você obedeça!

Conclusão
Esse Filho do Trovão havia sido por Cristo, recebido poder do Espírito Santo e sido transformado por esses meios num homem cujo zelo e ambição eram instrumentos proveitosos nas mãos de Deus para a propagação do reino. Ainda corajoso, zeloso e comprometido com a verdade, ele aprendeu a usar essas qualidades para o serviço do Senhor e não para engrandecimento próprio. Sua vida foi curta, porém sua influência permanece até os dias de hoje. A história conta que o testemunho de Tiago deu frutos até o momento de sua execução. Ela registra que “aquele que levou Tiago até o tribunal, ao ouvir seu testemunho, foi tocado e confessou que ele próprio era um cristão. Os dois foram levados juntos e no caminho, ele implorou a Tiago que o perdoasse. Os dois foram então decapitados ao mesmo tempo”. Assim, no final, Tiago havia aprendido a ser mais parecido com André, levando as pessoas a Cristo em vez de julgá-las.

Reunião 4 (23 de Janeiro de 2010): João – o apóstolo do amor
12 homens e o Segredo
Karina Maia Rêgo – Seminarista

Introdução
Um rei sonhou que todos os seus dentes havia caído e ficou muito angustiado e aflito querendo saber o significado do sonho. Mandou chamar todos os sábios do reino, e entre os mais sábios, chamou o mais sábio e lhe contou o sonho perguntando o que aquilo significava. O sábio mais sábio respondeu: Isso é muito fácil, esse sonho só tem um significado. Significa que o senhor vai ver a morte de todos os seus entes mais queridos. Eles vão morrer primeiro que o senhor. Todos eles! Então o rei, depois de ter ouvido a interpretação, ficou muito furioso e mandou matar aquele sábio. E mandou chamar o segundo mais sábio e novamente lhe contou o sonho perguntando o significado. O segundo mais sábio respondeu: Isso é muito fácil, esse sonho só tem um significado. Significa que o senhor vai viver mais que todos os seus parentes. O senhor vai ter uma vida longa, bem longa! Então o rei sorrindo alegremente mandou cobrir de ouro aquele sábio.
Você se alegraria em receber esta notícia? Hoje falaremos de alguém que passou por esta experiência! Alguém que viveu o lado bom dessa notícia, até porque recebia um tão grande, que era a única coisa que lhe importava.

1. João, o discípulo a quem Jesus amava
Conhecemos João porque foi ele quem escreveu as três cartas do Novo Testamento com seu nome, bem como o livro de Apocalipse. Mas ao longo dos Evangelhos que ele escreveu, em momento algum ele menciona seu próprio nome (o único “João” cujo nome é mencionado no Evangelho de João, é João Batista). O apóstolo João não fala diretamente de si mesmo. Em vez disso, fala de si mesmo com referência a Jesus. Em momento algum ele se coloca em primeiro plano como um herói, mas, usa todas as referências a si mesmo para honrar a Cristo. Em vez de escrever seu nome, algo que poderia chamar a atenção sobre si, ele refere-se a si mesmo como “aquele a quem ele [Jesus] amava” (Jô 13.23/20.2/21.7,20), dando glória a Jesus por ter amado um homem como ele. Na verdade, ele parece absolutamente admirado como fato maravilhoso de que Cristo o amava. É claro que, de acordo com João 13.1,2, Jesus amava todos os seus discípulos com o mais perfeito amor. No entanto, João captou essa verdade de modo singular e isso o conduziu a humildade.
E você, Cadete? Já parou para pensar na maravilha que é ser amado por Deus? Você, que nem merecia isso?

1.1 João, o outro “Filho do Trovão”
Quase tudo que falamos sobre a personalidade e caráter de Tiago também valem para João, o membro mais jovem da dupla “Irmão Boanerges”. Os dois homens possuíam temperamentos semelhantes e, eram inseparáveis. Ele era rude e vigoroso, como todos os discípulos pescadores. Era uma pessoa inconstante. Era atrevido. Era uma pessoa inconstante. Era atrevido. Era agressivo. Era dedicado, zeloso e pessoalmente ambicioso – exatamente como seu irmão Tiago. Os dois eram farinha do mesmo saco. Umas das tendências perigosas de pessoas como João é que eles levam tudo a “ferro e fogo”. Com eles não tem conversa. Ou é ou não é. Não tem segunda chance. É evidente que não há nada de errado em querer ser certo e estar junto com a verdade, o desejo de ser bem-sucedido ou uma sensação de confiança são virtudes, mas, mesmo uma virtude, quando desequilibrada pode ser ruim. Em Marcos 9.38-40, João proibiu um homem de expulsar demônios só porque o homem não fazia parte do grupo dos discípulos. Vê se pode? O mesmo episódio está escrito em Lucas 9, logo depois da história em que ele e Tiago queriam incinerar os samaritamos, Tiago e João mostram falta de amor pelos incrédulos. Neste caso, João é culpado de um espírito de desamor, porém contra outro crente. É maravilhoso ser o “dono da verdade”, mas isso deve ser contrabalanceado como amor às pessoas ou dará lugar à condenação, maldade e falta de compaixão.
E você, Cadete? Tem cultivado o amor quando quer ensinar algo para alguém ou sai pisando nos sentimentos de todo mundo e ainda acha que está fazendo a coisa certa...

1.2 João, o “Filho do Amor” – do amor de Deus
Hoje em dia, quando pensamos no apóstolo João, normalmente pensamos um apóstolo idoso e de bom coração. E está certo, ele contava com o apreço e aceitação de muitos por sua devoção a Cristo e seu grande amor pelos santos de todo o mundo. É justamente isso que fez com que fosse chamado de “apóstolo do amor”. Mas não foi sempre assim! Foram necessários três anos com Jesus para transformar um fanático egoísta em um homem maduro e equilibrado. Três anos com Jesus mudaram esse Filho do Trovão tornando ele um apóstolo do amor. Exatamente naqueles pontos que ele era mais desequilibrado, Cristo lhe dava equilíbrio e, ao longo desse processo João foi transformado de uma cabeça quente em alguém amoroso.
João sempre teve compromisso com a verdade sem amor, ela não passa de brutalidade. Por outro lado, o amor sem verdade não passa de hipocrisia. Foi isso que João aprendeu de Cristo e foi o que deu o equilíbrio de que tanto precisava.
Pode parecer surpreendente que Jesus tenha amado um homem que desejava que desejava queimar os samaritanos. Ele amou um homem que só pensava em posição. Confuso, ao amar João, Jesus transformou-o em uma pessoa diferente – um homem que serviu de modelo para mesmo tipo de amor que Jesus havia demonstrado por ele.
E você, Cadete? Tem demonstrado pelos outros o mesmo amor que Deus demonstra por você?

1.3 João, o último a morrer com Jesus
Por ter vivido mais do que todos os outros, ele desempenhou um papel importante na Igreja. Apesar de ser um companheiro frequente de Pedro, ele sempre permaneceu em segundo plano. João era o irmão mais novo de Tiago. Quando Tiago tornou-se o primeiro mártir da Igreja, João sofreu a perda de modo mais pessoal do que os outros. À medida em que, um a um, os outros discípulos foram sendo martirizados, João sofreu a profunda tristeza e dor de perdê-los. Eram seus amigos e companheiros. Logo restaria apenas ele. Na verdade, exceto por João, todos eles acabaram morrendo pela fé. Um a um, foram martirizados na flor da idade. João foi o único discípulo que viveu até a velhice. Contudo ele também sofreu, mesmo que de maneiras diferentes dos outros. Ainda tava suportando as angústias e perseguições deste mundo bem depois que os outros já estavam na glória. Talvez esse sido o sofrimento mais doloroso de todos, se não fosse o fato de que o próprio Senhor o confortava a cada novo dia que lhe dava para realizar sua obra.
E você, Cadete? Gostaria de viver tanto tampo, vendo partir quem você ama, contando que estivesse ainda trabalhando para o Senhor?

Conclusão
O amor foi uma virtude que João aprendeu de Cristo e não algo que lhe era inato. Em sua juventude, João era tanto um Filho do Trovão quanto Tiago. No entanto, João amadureceu. Sob o controle do Espírito Santo, suas deficiências foram substituídas por virtudes. Compare o jovem discípulo com o João idoso e você verá que à medida que foi amadurecendo, suas áreas de maior franqueza transformaram-se em seus pontos mais fortes. João é um exemplo admirável do que deve acontecer conosco quando crescemos em Cristo – permitindo que a força do Senhor se aperfeiçoe em nossa fraqueza.

Reunião 5 (30 de Janeiro de2010): Filipe – o apóstolo fazia as contas
12 Homens e O Segredo
Karina Maia Rêgo – Seminarista


Introdução
Espere! Calma! Vamos fazer as contas! Vamos conferir tudo de novo! Será que está mesmo certo? Tem certeza? Você já viu alguém que só vive falando essas coisas? São aquelas pessoas detalhistas, que gostam de conferir e ver se está tudo certinho antes de fazer qualquer coisa. E se não tiver... ah, eles ficam logo desesperados. Não querem fazer. O apóstolo Filipe era assim...

1. Filipe – o apóstolo apegado aos detalhes
Nas quatro listas bíblicas dos doze apóstolos, o quinto nome de cada uma delas é o de Filipe. Ao que parece isso significa que Filipe era o líder do segundo grupo de quatro discípulos. Depois de haver escolhido Pedro, André e João, Jesus encontrou e chamou Filipe que era do mesmo vilarejo onde Pedro e André haviam nascido. O que sabemos de Filipe? Descobrimos que Filipe era um tipo de pessoas completamente diferente de Pedro, André, Tiago e João. Nunca agia por impulso, sem pensar. Aliás, ele pensava muito, e pensava de novo. Só fazia as coisas depois de visualizar o resultado. Uma pessoa que fazia tudo como devia ser, de modo prático e tradicional. Era o tipo de pessoa que com freqüência está preocupada em descobrir razões pelas quais as coisas não podem ser feitas em vez de buscar uma forma de fazê-las.

1.1 Filipe o discípulo da fé frágil
O coração de Filipe tinha a disposição correta. Era um homem de fé, no entanto, muitas vezes sua fé era frágil. Lendo João 6:5 a personalidade de Filipe começa a aparecer. Porque ele escolheu justamente Filipe para fazer-lhe esta pergunta? João relata que, “dizia isto para o experimentar; pois ele bem sabia o que estava para fazer” Assim, Jesus o estava testando. Não queria o que ele estava pensando; isso Jesus já sabia (Jo 2:25). Não estava pedindo apresentasse um plano.
Creio que Filipe já havia começando a contar as cabeças. Assim, quando Jesus lhe fez essa PERGUNTA, Filipe já havia feito as contas: “respondeu-lhe Filipe: Não lhe bastariam duzentos denários de pão, para receber cada um o seu pedaço”. Ao que parece, ele já havia refletido sobre a dificuldade de alimentá-los desde que havia visto a multidão. Em vez de pensar: Que ocasião maravilhosa! Jesus vai ensinar a essa multidão. Que tremenda oportunidade para o Senhor! – tudo que o pessimista Filipe pode ver foi a impossibilidade da situação.
E você cadete? Olha sempre para o problema ou olha as oportunidades de Deus ser glorificado com a situação?

1.2 Filipe, o convidado especial
Jesus, em sua soberania, buscou e chamou a todos os discípulos. Contudo, quando vimos como eles se encontraram com Jesus, notamos que Filipe foi o primeiro a quem Jesus disse: “Segue-me”. E Filipe foi o primeiro a ouvir e obedecer a essas palavras. Desde o principio, Jesus buscou Filipe ativamente. Ele o encontrou e convidou a segui-lo. E descobriu nele um discípulo desejoso e disposto. Evidentemente, Filipe já possuía um coração que estava buscando algo a mais. Essa busca interior de Filipe fica evidente na maneira que ele respondeu a Jesus (Jo 1:45). É obvio que Filipe e Natanael, assim como os outros quatro primeiros discípulos, haviam estudado a lei e os profetas e estavam buscando o Messias. Observe algo interessante na expressão usada por Filipe, ao falara com Natanael; “Achamos”. No que se referia a Filipe, ele havia achado o Messias e não sido encontrado por ele. O Senhor encontrou Filipe, mas Filipe sentiu que havia encontrado o Senhor.
Filipe não tinha apenas um coração que estava buscando ao Senhor, como também possuía o coração de um evangelista. Sua primeira reação ao deparar-se com Jesus foi encontra-se com Natanael para falar do Messias. Quando alguém torna-se um verdadeiro seguidor de Cristo, o primeiro impulso dessa pessoa é querer encontrar um amigo e apresentá-lo a Cristo.
E você cadete? Esse mesmo desejo ardente? Já falou de Jesus para algum amigo? O que está fazendo?

Conclusão
Assim como os outros discípulos, Filipe era um homem cheio de limitações. Era um homem de fé frágil. Era um homem de entendimento imperfeito. Era cético (não acredita no sobrenatural), analítico, pessimista, relutante e inseguro. Ele queria, o tempo todo, fazer tudo de acordo com as regras. Fatos e números enchiam seus pensamentos. Portanto, ele não conseguia compreender o divino poder, pessoa e graça de cristo. Ele era lento para entender, lento para confiar e lento para ver além das circunstancias imediatas. Ainda queria mais provas. Jesus, porém, disse: “ele é exatamente o que estou procurando. Minha força é aperfeiçoada na fraqueza. Eu o transformarei num pregador. Ele será um dos fundadores da Igreja.
Graças a Deus, Porque o Senhor usa muitas pessoas como Filipe.



Reunião 6: Natanael – o apostolo sincero
12 homens e O Segredo
Karina Maia Rêgo - Seminarista


Introdução

Se você tivesse que dizer qual o pior defeito de alguém, qual escolheria? Eu diria que a falsidade é o pior defeito. Se você não é verdadeiro, sincero, honesto, então você não é nada! Aliás, você é uma grande mentira. Sua palavra não vale nada, suas atitudes não valem nada, pois você não é confiável. Você não pode se relacionar com ninguém, pois tudo que você oferecer aos outros é uma grande farsa! Será que você gostaria de alguém assim, preto de você? A sinceridade também era uma virtude admirada por Jesus Veremos isto na história do apostolo Natanael.

1. Natanael – o amigo de Felipe


Natanael, o companheiro mais chegado de Felipe, aparece nas quatro listas dos doze como Bartolomeu. No evangelho de João, ele é sempre chamado de Natanael. Bartolomeu é um sobrenome hebraico que significa “filho de Tolmai”. Natanael que dizer “Deus deu”. Assim, ele é Natanael, filho de Tomeu ou Natanael Bartolomeu. Como vimos, Natanael foi levado até Jesus logo depois que Cristo encontrou e chamou Filipe. De acordo com João 21:2, Natanael era da pequena cidade de Caná da Galiléia, lugar onde Jesus realizou seu primeiro milagre transformou a água em vinho (Jo 2:11). Cana ficava bem próximo de Nazaré, a cidade de Jesus. Ao que parece, Filipe e Natanael eram bons amigos, pois nas listas dos evangelhos o nome de Natanael sempre aparece junto com Filipe.

1.1 Natanael e seu amor pelas Escrituras


Filipe era próximo de Natanael e sabia que Natanael se interessaria pela noticia de que o Messias, há tanto esperado, havia finalmente sido encontrado. Na verdade, ele não via a hora de contar-lhe as novas. Assim, mais que depressa ele foi até Natanael e o levou a Jesus. É bem possível que Filipe e Natanael tivessem passado longas horas estudando juntos as Escrituras, procurando discernir na Lei e nos Profetas a verdade sobre a vinda do Messias. Natanael sabia o que dizia a promessa, de modo que, quando viu seu cumprimento, ele o reconheceu, Natanael aceitou-o e recebeu-o sem demora. Isso foi possível pois Natanael havia estudado as Escrituras com grande dedicação.
E você, Cadete? Tem estudado sua Bíblia para reconhecer as coisas que são de Deus e as que não são?

Apesar de estudar as Escrituras e buscar o verdadeiro conhecimento de Deus; apesar de ter um forte interesse espiritual e ter sido fiel e honesto em sua devoção a Deus, ele era humano. Natanael tinha certos preceitos. Eis sua resposta: “De Nazaré pode sair alguma coisa boa?”. Para Natanael era inconcebível o Messias vir de um lugar tão deselegante quanto Nazaré. Felizmente, seu preconceito não foi forte o suficiente para impedi-lo de chegar a Cristo. E Natanael foi. Seu entendimento preconceituoso não era tão poderoso quanto seu coração que buscava a verdade.
E você, Cadete? Consegue ver que não há nada de bonito no preconceito? Pelo contrário, esse sentimento de superioridade só mostra a falta de espiritualidade.

1.2 Natanael e sua sinceridade de coração


O aspecto mais importante do caráter de Natanael é expressado pelos lábios de Jesus. Assim, suas primeiras palavras ao vê-lo foram um elogio de grande poder sobre o caráter de Natanael. Jesus viu Natanael vindo em sua direção e disse sobre ele, “Eis um verdadeiro israelita, em que não há dolo!” (Jo 1:47). Você pode imaginar algo mais maravilhoso do que ouvir palavras de aprovação como essas vindas da boca de Jesus? É uma das coisas para ouvir no fim da vida, juntamente com “muito bem, servo bom e fiel...”. Mas o que você acharia se Jesus dissesse isso sobre você logo no inicio?

E você, Cadete? O que Deus vê quando olha para seu coração? O que ele pode dizer?

Conclusão


A maioria dos discípulos debateu-se só para conseguir chegar até o lugar onde Natanael estava depois de seu primeiro encontro com Jesus. Mas, para Natanael, o ministério de Cristo simplesmente confirmou o que ele já sabia ser verdade. Como é maravilhoso ver alguém tão digno de confiança e que confia com tanta facilidade desde o inicio. O que de fato sabemos sobre Natanael é que ele foi fiel ate o fim, porque foi fiel desde o inicio. Tudo que ele experimentou com Cristo acabou por tornar sua fé ainda mais forte. E, assim como os outros apóstolos, Natanael é a prova de que Deus pode pegar as pessoas mais comuns, dos lugares mais insignificantes, e usá-las para sua glória.

Reunião 7: Mateus – o coletor de impostos
12 homens e O Segredo
Karina Maia Rêgo – Seminarista

Introdução

Você já pensou na sua profissão? Você pode dizer qual profissão escolheu? Para o cristão, escolher uma profissão envolve muitas coisas. Afinal ele é crente, não pode trabalhar fazendo qualquer coisa, né? Você escolheria ser prostituta? É uma profissão! E dá muito dinheiro! Ou então matador de aluguel? Também dá dinheiro! È claro que você não escolheria, porque isso não combina com o que você diz que é! Hoje falaremos de um apóstolo judeu que escolheu a profissão errada e por isso odiado com todas as forças pelos outros judeus. Mas isso foi antes dele conhecer a Jesus...

1. Mateus – o pior dos piores


Como vimos desde o começo, um dos fatos que se destaca na vida de todos os doze apóstolos é o quanto eles eram comuns. Cristo intencionalmente ignorou os influentes e escolheu homens que na maioria eram considerados ralé. Os lideres religiosos do tempo de Jesus não gostavam disso, então Jesus como um inimigo. E desde o começo, desde a primeira vez que Jesus pregou em público, procuraram um modo de matá-lo (Lc 4:28,29). O que irritava os líderes religiosos e o que não podiam tolerar, era serem chamados de pecadores. Eles apenas apontavam os pecadores. Quando chegou a hora de Jesus escolher os apóstolos, ele escolheu homens humildes e comuns. Eram homens que não relutavam em reconhecer sua própria pecaminosidade. Mateus era um desses homens, era um publicano. Os publicanos encontravam-se na mesma classe social que as prostitutas (Mt 21:32) e, essa era a ultima qualificação que alguém poderia esperar de um líder da igreja.
E você, Cadete? Tem desprezado alguém achando que esse tipo de gente não serve para ser crente?

1.1 Mateus, riscado da lista dos judeus


É bem provável que nenhum dos doze fosse um pecador mais declarado do que Mateus. Em Marcos 2:14, ele é chamado por seu nome judeu, “Levi, filho de Alfeu”. Quando Jesus o chamou, Mateus era um coletor de impostos, um publicano. Os publicanos eram homens que compravam do imperador o direito de cobrar impostos e que depois extorquiam do povo de Israel o dinheiro para dar ao governo romano e encher seus próprios bolsos. Para um homem judeu como Mateus, ser um coletor de impostos era ainda pior. Tal ocupação transformava-o em um traidor de sua nação. Provavelmente, também era um excluído religioso, proibido de entrar em qualquer sinagoga. Judeu de bem e em sã consciência jamais escolheria ser um coletor de impostos. Ele havia, sem dúvida alguma, se afastado de seu próprio povo, mas também de Deus. Afinal, tendo em vista que não podia freguentar a sinagoga e era proibido de oferecer sacrifícios e adoração no templo, na realidade, ele encontrava-se em uma situação pior do que um gentio (quem não era judeu). A parábola do fariseu e do publicano em Lucas 18:10-14 pode muito bem ter baseada num acontecimento real. Observe que o publicano ficou ‘longe’. Na verdade, os coletores de impostos tinham de ficar afastados de qualquer grupo uma vez que eram tão odiados. O Talmude (coleção de escritos Judeus, contendo explicações e tradições referentes à Lei de Moisés. Foi escrito entre o 3° e o 4° século da era cristã) ensinava que certo enganar um publicano e mentir para ele, pois era isso que merecia alguém cuja profissão era roubar dinheiro dos outros.


E você, Cadete? Tem usado justificativas para tratar quem não é cristão de maneira diferente, como se eles só merecessem coisas ruins e você só coisas boas?

1.2 Mateus, escrito na lista de Jesus


Mateus 9:9 registra o chamado desse homem. Mateus deve ter ficado admirado quando Jesus o escolheu. Foi totalmente de surpresa: “partindo dali [Cafarnaun], Viu um homem, chamado Mateus sentado na coletoria e disse-lhe: Segue-me!” imediatamente e sem qualquer hesitação, Mateus “se levantou e o seguiu”. Ele abandonou a coletoria deixou sua cabine de pedágio e renunciou sua profissão amaldiçoada para sempre. Nos versículos seguintes, Mateus prossegue dizendo, “e sucedeu que, estando ele em casa, à mesa, muitos publicanos e pecadores vieram e tomaram lugares com Jesus e seus discípulos”. Lucas revela que, na verdade, tratou-se de um enorme banquete que Mateus ofereceu em sua própria casa em homenagem a Jesus. Ao que parece, ele convidou muitos de seus colegas publicanos para conhecerem Jesus. Como vimos no caso de Filipe e André, o primeiro impulso de Mateus depois de seguir a Jesus, foi levar seus amigos mais próximos e apresentá-los ao salvador. Ele estava tão empolgado de ter encontrado o Messias que desejava apresentar Jesus para todos que conhecia. Assim, ele organizou um grande banquete em homenagem a Jesus e convidou todas essas pessoas.


Por que Mateus convidou coletores de impostos e outras pessoas desprezíveis? Pois eram o único tipo de gente que ele. Os seus únicos amigos eram criminosos, vagabundos, prostitutas e gente dessa laia. E Jesus e seus discípulos foram de bom agrado. É claro que os religiosos ficaram indignados e escandalizados. Contudo, pessoas como Mateus que estavam dispostas a confessar seus pecados seriam perdoadas e remidas.
E você, Cadete? Tem lembrado que Jesus veio para os doentes e não para os bons?

Conclusão
Isso é praticamente tudo que sabemos sobre Mateus. Ele conhecia o Antigo testamento, cria em Deus, estava buscando o Messias, deixou tudo imediatamente e, na alegria do seu novo relacionamento, chamou outras pessoas indignas como ele e apresentou-os a Jesus. Tornou-se um homem de humildade silenciosa que amava os excluídos e não dava lugar a hipocrisia religiosa – um homem de grande fé, que se entregou completamente ao Senhor Jesus.
Jesus convida você, Cadete, a fazer esta mesma entrega, vivendo todos os dias para Ele.


Reunião 8: Tomé – o Dídimo
12 homens e O Segredo
Karina Maia Rêgo – Seminarista

Introdução


Eu tenho que ver par crer! Eu só acredito vendo! De quem você lembra quando ouve estas frases? Isso mesmo, Tomé! Mas será que isto esta certo? Será que a única coisa que podemos aprender de Tomé é a incredulidade? Você sabia que os outros discípulos também não acreditaram na ressurreição ate que viram Jesus? Então, hoje veremos outras lições que podemos aprender com este homem de Deus...

1. Tomé – melhor do que a historia conta


De acordo com João 11:16, Tomé era também chamado de Dídimo, que significa, “algo formado de duas partes” ou “gêmeo”. Aparentemente, tinha uma irmã ou um irmão gêmeo que em momento algum é identificado nas escrituras. Tudo o que sabemos sobre ele vem do evangelho de João. Numa eleição para escolher os piores discípulos, Judas vem sempre em primeiro lugar, claro! E em segundo, qual é o nome mais votado: Tomé! Ele é muitas vezes chamado de “Tomé o descrente”, mas é possível que esse não seja o titulo mais adequado para ele. Ele era melhor do que indica a tradição popular.

1.1 Tomé, o pessimista


À partir do relato de João, fica evidente que Tomé tinha uma tendência a olhar para as coisas mais tristes da vida. Em toda situação, pareci estar sempre esperando o pior. É justo dizer que Tomé é uma pessoa um tanto negativa. Sofria de preocupação crônica. Pensava demais em tudo. Tinha uma tendência a ficar ansioso e angustiado. João menciona Tomé pela primeira vez no capitulo 11, versículo16. Nesse contexto, Jesus havia saído de Jerusalém para o deserto pois sua vida estava em risco aquela cidade. Porem, esse tempo no deserto foi interrompido por um acontecimento: seu amigo Lázaro estava doente e Maria a Marta mandaram chamar Jesus (João 11:1-3). Ao saber da noticia os discípulos ficaram aflitos. Era um dilema. Se eles fossem para Jerusalém seriam perseguidos ou coisa pior (João 10:39), mas Jesus amava Lazaro e sua família e tinha que fazer alguma coisa. Então, depois de 2 dias (5,6), Jesus disse aos discípulos que se acalmassem, pois iriam voltar para Judéia (7) mas não tinham nada a temer. Eles estavam com medo. Estavam convencidos de que se Jesus voltasse a Betânia, seria morto. Mas ele já tinha tomado sua decisão.

Foi nesse momento que Tomé falou: ”vamos também nós para morremos com ele” (v.16). trata-se de um comentário pessimista, o que é típico de Tomé. Um otimista talvez tivesse dito algo como, “Vamos lá, vai dar tudo certo. O Senhor sabe o que esta fazendo. Vai dar tudo certo!”. Mas o pessimista diz, “Ele vai morrer e nós vamos morrer com ele”.

1.2 Tomé, o corajoso

Pelo menos Tomé tinha coragem de ser leal, mesmo diante de seu pessimismo. É muito fácil para um otimista ser leal. Ele sempre espera o melhor. É difícil para um pessimista ser leal, pois ele esta convencido de que vai acontecer o pior. Esse é o pessimista heróico. Essa é a verdadeira coragem. Se Jesus iria morrer, então Tomé estava preparado para morrer com ele. Na realidade, ele diz: “Rapazes, aguentem firme. Vamos lá para morrer. É melhor morrer com Cristo do que ser deixado para trás”.


Tomé foi um modelo de força para o resto dos discípulos. Ao que parece, eles todos seguiram seu exemplo e disseram, “Tudo bem, vamos lá morrer” – porque eles foram com Jesus para Betânia.
Fica evidente que Tomé possuía uma devoção profunda para Cristo que não podia ser enfraquecida nem pelo seu pessimismo. Ele não se iludia achando que seguir Jesus seria fácil. Tudo o que podia ver eram as garras da morte prestes a prendê-lo. Mas seguiu a Jesus com uma coragem inabalável. Se preciso fosse, estava decidido a morrer pelo Senhor em vez de abandoná-lo, preferia morrer do que ser deixado para trás e separado de Cristo.


1.3 Tomé, o crente


Vemos o retrato mais conhecido de Tomé em João 20. Depois da morte de Jesus, todos os discípulos estavam inconsoláveis. No entanto, reuniram-se para que pudessem consolar-se mutuamente. Exceto Tomé (20:24). Por que não estava lá? É possível que fosse uma pessoa tão negativa, tão pessimista, que estava se sentindo absolutamente destruído e ficou em algum lugar chorando. Seu pior medo tinha se tornado real. Jesus havia morrido e ele não, e ele não estava certo se algum dia voltaria a ver Jesus. Sem duvida ele estava se lamentando por não haver morrido com Jesus, como decidiu desde o inicio. O certo é que Tomé não estava nessa reunião e lá, Jesus apareceu ressurreto para os discípulos contaram isso para Tomé, ele não acreditou ( ). É claro que alguém como Tomé não seria animado com tanta facilidade. Ele só conseguia ver o lado negativo das coisas e o que lhe contaram era bom demais para ser verdade. É por causa dessa firmação que Tomé é tão desprezado (v. 25).


Passaram oito dias até que Jesus apareceu novamente aos discípulos. É claro que ninguém precisou contar para Jesus o que Tomé havia dito. Ele olhou diretamente para Tomé e disse: “Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega também a tua mão e põe-na no meu lado; não seja incrédulo, mas crente”. O Senhor foi de uma compaixão extraordinária com ele. Tomé havia errado por ser tão pessimista, mas seu erro brotou de um amor profundo. Foi provocado pela tristeza, pela aflição, pela incerteza e o medo da solidão. Ninguém seria capaz de sentir-se com Tomé a menos que amasse a Jesus como Tomé amou.

Conclusão
Jesus entende nossas fraquezas (Hb 4:15). Por isso ele entende nossa duvida. É compassivo com nossa incerteza. É paciente com nosso pessimismo. E ao mesmo tempo em que reconhecemos essas coisas como fraquezas, devemos reconhecer também a devoção heróica de Tomé a Cristo, que o levou a crer que seria melhor morrer do que ser separado de seu Senhor. A prova desse amor foi o tamanho de seu desespero.
Então, Tomé fez aquela que possivelmente foi a maior declaração de um apóstolo: “Senhor meu Deus e Deus meu!” (v.28). Com a aparição de Jesus todos seus temores se foram. E, naquele momento, Tomé foi transformado num grande evangelista. Pouco tempo depois, em Pentecostes, juntamente com os outros discípulos, ele foi enchido com o Espírito santo e recebeu poder para exercer o ministério. Assim como seus companheiros, Tomé levou o evangelho até os confins da terra.

Reunião 9: Tiago - Filho de Alfeu
Simão - o zelote
Judas – (não o Iscariotes)
12 Homens e O Segredo
Karina Maia Rêgo - Seminarista

Introdução
O ultimo grupo de quatro apóstolos é aquele sobre o qual temos menos conhecimento, exceto por Judas Iscariotes, que conseguiu ficar famoso ao vender Cristo para ser crucificado. Ao que parece, esse era o grupo menos intimo de Cristo quando comparado aos outros oito discípulos. Praticamente não dizem nada nas narrativas dos evangelhos. Sabe-se pouco sobre qualquer um deles alem do fato de terem sido escolhidos para serem apóstolos, falaremos desses três numa única reunião e deixaremos Judas Iscariotes, o Traidor, por último.

1. Tiago – O menor
O nome que ocupa o nono lugar na lista dos apóstolos apresenta por Lucas é “Tiago filho de Alfeu” (v.15). A única coisa que as Escrituras nos dizem sobre esse homem é seu nome. Não era o tipo de pessoa que chamava a atenção. Era absolutamente obscuro. Até mesmo seu nome era comum. Tudo que sabemos sobre o Tiago em questão aqui é que ele era filho de Alfeu (Mt 10.3; Mc 3.18; Lc 6.15 e At 1.13). Marcos 15.40 nos informa que a mãe de Tiago chamava-se Maria. Fica evidente que sua mãe também era seguidora devota de Cristo. Ela presenciou a crucificação. Além disso, era uma das mulheres que foram preparar o corpo de Jesus para o sepultamento (Mc 16.1). Exceto por esses detalhes sobre sua família, esse Tiago é totalmente desconhecido. Não é a toa que seu apelido era “Tiago, o menor” (Mc 15.40).
A Palavra grega para seu nome é mikros. Significa literalmente, “pequeno”. Seu principal significado é “de pequena estatura”. No entanto, o mais provável é que o nome refira-se á sua influência. Como vimos antes, Tiago filho de Zebedeu era um homem destacado. Sua família era importante. Dos dois Tiago, ele era o mai conhecido, portanto, Tiago filho de Alfeu era chamado de “Tiago o menor”. Mikros. “Tiaguinho”. Ao que parece, ele não buscava qualquer reconhecimento. Contudo, ele era um dos doze. Por algum motivo, o Senhor o escolheu, treinou, deu poder como fez aos outros e enviou para testemunhar. Ele nos faz lembrar as pessoas de Hebreus 11: 33 a 38. De qualquer modo, podemos ter certeza de que ele tornou-se um poderoso pregador como os outros.

2. Simão – O zelote
O próximo nome apresentado em Lucas 6. 15 é “Simão chamado Zelote”. Ao que parece, em algum momento Simão foi membro de um partido político de homens conhecidos como zelotes. Os zelotes odiavam os romanos e seu objetivo era livrar-se da ocupação romana. Com esse propósito, trabalhavam principalmente através do terrorismo e atos sucessivos de violência. Os zelotes eram militares violentos e fora-da-lei. Aceitavam que somente o próprio Deus tinha direito de governar sobre os judeus, e assim, eles acreditavam que estavam realizando a obra de Deus ao assassinar soldados romanos, lideres políticos e qualquer um que se opuser se a eles. Os zelotes estavam esperando um Messias que iria liderá-los na expulsão da ocupação romana e restaurar o reino de Israel. Era conhecido por sua disposição em sofrer qualquer tipo de morte e suportar qualquer dor por maior que fosse incluindo a tortura de seus próprios parentes. Os romanos podiam torturá-los e matá-los, mas jamais iriam esfriar sua paixão.
Simão era um deles. Você lembra-se de Mateus o coletor de impostos para Roma? Simão jamais podia conviver com ele! No fim, tornaram-se irmãos espirituais, trabalhando lado a lado pela mesma causa – a expansão do evangelho – e adorando o mesmo Senhor.
É impressionante que Jesus tivesse escolhido um homem como Simão para ser um apóstolos. No entanto, ele era um homem de intensa lealdade, paixão, coragem e zelo. Simão havia acreditado na verdade e aceitado a Cristo como seu Senhor. O entusiasmo ardoroso que antes havia dedica do a Israel passou a dedicar a Cristo.

3. Judas – o apóstolo de três nomes
O último nome da lista de discípulos fiéis é “Judas, o filho de Tiago”. O nome Judas, em si, é um ótimo nome. Significa “Jeová conduz”. Judas, filho de Tiago, na verdade tinha três nomes. Em Mateus 10. 3, ele é chamado de Tadeu e em algumas traduções de Lebeu. Judas, provavelmente foi o nome que ganhou ao nascer. Lebeu e Tadeu eram, no fundo, apelidos. Tadeu significa “criança de peito”. Lebeu significa “criança do coração”. Os dois nomes sugerem um coração terno e semelhante ao de uma criança. É interessante pensar que uma alma tão gentil poderia estar no meio do grupo de quatro discípulos com Simão o Zelote. No entanto, o Senhor pode usar os dois tipos de pessoas. Os zelotes podem transformar-se em grandes pregadores. Mas almas gentis, doces, compassivas e meigas como Tadeu também podem. Assim como os outros membros fieis do terceiro grupo de discípulos, Tadeu encontra-se um tanto envolvido em mistério, no entanto, esse mistério não deve diminuir nosso respeito por ele. O símbolo tradicional de Judas Lebeu Tadeu é uma clava, pois diz à tradição que, por causa da sua fé, ele foi espancado até a morte com uma clava.
Assim, essa alma de coração terno seguiu fielmente o seu senhor até o fim. Seu testemunho foi tão poderoso e abrangente quanto aquele dos discípulos mais conhecidos e extrovertidos. Também como eles, Judas filho de Tiago é prova de que Deus usa absolutamente comuns de admiráveis.

Conclusão
O que tornava esses homens importantes era o Senhor ao qual serviam e a mensagem que anunciavam. Não faz mal se nos faltam detalhes sobre os homens em si. Em nenhum caso as Escrituras nos dão uma biografia completa. Isso porque as escrituras sempre mantêm toda atenção voltada para o poder de Cristo e o poder da Palavra. Isso é tudo que precisamos, de fato, saber. O importante não é o instrumento, mas sim o Senhor.


Reunião 10: Judas – o traidor (parte 01)
12 Homens e O Segredo
Karina Maia Rêgo - Seminarista

Introdução
Dinheiro não é tudo mas é 100%. Dinheiro não traz felicidades mas manda buscar. Você com certeza já ouviu estas frases, e quem sabe, também já as falou. Hoje falaremos da conhecida história de Judas, e da ambição que o levou a ruína. A vida de Judas tem tantas coisas a serem observadas que falaremos dela em duas lições. Hoje nos deteremos ás suas motivações erradas e ao alto preço que ele pagou. E ao pesar as vantagens e desvantagens, veremos que as frases feitas que ouvimos no início, para quem vive com Jesus, não fazem sentido.

1. Judas – o mais famoso
O mais famoso e universalmente desprezado de todos os discípulos é Judas Iscariotes, o traidor. Seu nome aparece por último em todas as listas bíblicas, exceto por Atos 1, onde nem sequer ele é citado. Toda vez que Judas Iscariotes é mencionado nas Escrituras, também encontramos uma observação de que ele é o traidor. Ele passou três anos com Jesus Cristo, mas durante todo esse tempo, seu coração tornou-se apenas mais endurecido e cheio de ódio. Judas era tão comum quanto o resto, sem quaisquer características que o fizessem destacar-se do grupo. Começou exatamente onde os demais começaram. No entanto, jamais se apropriou da verdade pela fé, de modo que nunca foi transformado como o resto. Ao mesmo tempo em que os outros estavam crescendo na fé como filhos de Deus, ele tornava-se cada vez mais um filho do inferno.

1.1. Judas, o seguidor de Jesus
Judas é outra forma do nome Judá. Significa “Jeová conduz”, o que indica que, quando ele nasceu, seus pais provavelmente esperavam que ele fosse conduzido por Deus. Seu sobrenome, Iscariotes, indica a região de onde ele veio, é bem provável que Judas fosse de Queriote-Hezrom (Js 15. 25) uma cidade da Judéia. Ao que parece, ele é o único apostolo que não vinha da Galiléia.
O chamado de Judas não se encontra registrado nas escrituras. É obvio, porém, que ele seguiu a Jesus de livre e espontânea vontade. Quando ouviu falar de Jesus, deve ter se convencido de que aquele era o verdadeiro Messias. Como os outros onze, deixou para trás sua ocupação e passou a seguir a Jesus. Havia aberto mão de sua vida para Seguir a Jesus. No entanto, não havia entregue ao Senhor o seu coração. É igualmente óbvio que a atração de Judas por Cristo não ocorria no campo espiritual. Ele Seguiu a Jesus em função dos seus desejos egoístas. Judas sentiu o poder de Jesus e desejou igual poder para si. Seu interesse no reino não vinha do amor à salvação ou a Jesus. Seu interesse era no que ele próprio poderia obter.

1.2. Judas, o escolhido por Jesus
Fica claro que escolheu seguir Jesus. Ele continuou a segui-lo mesmo quando surgiram as dificuldades. Ele perseverou mesmo quando seguir a Jesus exigiu que ele fosse mais mentiroso ainda a fim de acobertar a verdade sobre quem ele era de fato. Por outro lado, Jesus também o escolheu. Judas havia escolhido seguir a Cristo. No entanto, ele também havia sido escolhido por Jesus, mas não para a redenção. Seu papel de traição havia sido determinado antes da fundação do mundo, conforme profetizado no Antigo Testamento. As Escrituras chegam a dizer que quando Jesus escolheu Judas, ele sabia que Judas seria aquele a cumprir as profecias de traição. Ciente disso, ele o escolheu para cumprir o plano.
No entanto, de forma alguma Judas foi forçado a fazer o que fez. Não havia mãos invisíveis o forçando a entregar Jesus. Ele agiu de livre e espontânea vontade. Como podemos conciliar o fato de que a traição de Judas foi profetizada e determinada com fato de que ele agiu por vontade própria? Judas fez o que fez porque seu coração era mau. Deus ordenou os acontecimentos através dos quais Jesus viria a morrer e, no entanto, Judas realizou seu ato perverso de vontade própria, sem impedimento. A perfeita vontade de Deus e os propósitos malignos de Judas cooperaram para que Jesus viesse e morrer. Judas o fez por mal, Deus o fez por bem (Gn 50. 20). Não há contradição.

1.3. Judas, o traidor
João 13. 1 começa o longo relato sobre a noite que Jesus foi preso. Já tendo aceitado o dinheiro para trair a Cristo, Judas voltou, misturou-se com o resto do grupo e fingiu que nada de mais havia acontecido. João diz que foi o diabo que colocou no coração de Judas o desejo de trair a Jesus. Não é causar espanto. Como já dissemos, Judas fez isso porque quis. Satanás não podia obrigá-lo a trair Jesus. No entanto, Satanás plantou a semente da deslealdade no coração dele. O coração de Judas era tão cheio de perversidade que ele s tornou um instrumento de Satanás.
A noite havia chegado ao fim. Jesus havia deixado o cenáculo e se dirigido ao seu lugar habitual de oração, no Jardim do Getsemani. Judas havia combinado um sinal para identificar Jesus (Mt 6. 48). Judas havia se tornado um homem cínico o mau. “Jesus, porem, lhe disse: Judas, com um beijo trais o filho do homem?” (Ic 22. 48). Beijar era um sinal de reverencia, amor, afeição, carinho, respeito e intimidade. Os sentimentos fingidos de Judas para com Jesus apenas tornavam seu ato mais perverso. Foi uma falsidade desleal, que procurou manter a aparência de respeito até o fim amargo. Jesus, sempre bondoso, chegou a chamá-lo de “amigo” (Mt 26.50). Ele havia sido sempre amigável com Judas, mas Judas não era um verdadeiro amigo de Jesus (Jo 15.15). Era um traidor e um enganador. Seus beijos do pior tipo de traição.
Naquela noite, Judas profanou o cordeiro de Deus. Profanou o Filho de Deus. Profanou o lugar de oração. Traiu o seu Senhor com um beijo. Judas não buscou o perdão de Deus. Não clamou por misericórdia. Não buscou livramento das garras de Satanás. Em vez disso, para tentar calar sua consciência, cometeu suicídio. Judas foi uma figura tão trágica que nem sequer conseguiu se matar da forma que queria (Mt 27. 5; At 1. 18).

Conclusão
Quando Judas negociou a vida de Jesus, estava vendendo sua própria alma ao diabo. Ele mesmo criou a tragédia de sua vida. Lembre-se que ele não decidiu traí-lo de uma hora para outra. Lá no começo, quando ele apenas seguia Jesus sem lhe dar seu coração, ele já estava plantando o que colheria mais tarde por não querer um relacionamento de entrega a Jesus. Ele ignorou a luz que havia sido mostrada para ele durante todos aqueles anos e assim, condenou-se á escuridão eterna.
E você, Cadete, o que tem feito com os ensinamentos que tem escutado? Você tem feito parte do grupo que é de Cristo ou do grupo que apenas está com Cristo?



Reunião 10: Judas – o traidor (parte 02)
12 Homens e O Segredo
Karina Maia Rêgo - Seminarista

Introdução
As ultimas paginas do livro de onde saíram estes estudos não soa as menos importantes. Elas falam sobre a moral da vida de Judas e resumem bem tudo aquilo que não devemos ser. Sobre a vida de Judas podemos tirar algumas lições importantes:

1º. Judas é um exemplo trágico de oportunidades perdida.
Dia após dia. Durante cerca de dois anos, ele ouviu Jesus ensinar. Poderia ter feito qualquer pergunta que quisesse. Poderia ter buscado e recebido do Senhor qualquer ajuda que precisasse. Poderia ter trocado o peso do pecado por um jugo suave. Cristo havia apresentado um convite aberto a todos que desejassem fazê-lo (Mt 11. 28-30). Porém, no fim Judas foi amaldiçoado por não dar atenção àquilo que havia escutado.

2º. Judas é um exemplo de privilégios desperdiçados.
Dentre todos os seguidores de Jesus, ele recebeu o lugar mais privilegiado, mas não soube aproveitar trocou-o por um punhado de moedas e, mais tarde, resolveu que não queria mais. Que negocio mais estúpido.

3º. Judas é a ilustração clássica de que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males (1 Timóteo 6.10).

4º. Judas exemplifica a indignidade e o perigo da traição.
Quem dera que Judas fosse o único hipócrita a ter traído Jesus, mas esse não é o caso. Existem varias pessoas que aparentam ser verdadeiras discípulas e seguidoras fiéis de Cristo mas que se voltam contra ele por motivos desonestos e egoístas. A vida de Judas serve para cada um de nós de lembrança da necessidade de examinar-se a si mesmo (2Co 13.5).

5º. Judas é a prova dos ternos afetos de misericórdia de Cristo.
Lembre-se de que Judas algo que não fosse bondade e caridade, mesmo que o Senhor soubesse que desde o principio Judas o que Judas planejava fazer. Não foi Cristo que levou Judas a fazer o que ele fez.

6º. Judas demonstra como a vontade de Deus não pode ser frustrada.
À primeira vista, sua traição a cristo pareceu ser a maior vitoria de todos os tempos para satanás. Contudo, na realidade, foi um sinal da derrota absoluta e de todas as suas obras (Hb 2. 14; 1Jo 3. 8).

7º. Judas é uma demonstração de toda futilidade, da hipocrisia e da falsidade.
Ele é o galho mencionado em João 15.6 e que não permanece na Videira Verdadeira. Esse galho não dá frutos, é cortado e lançado ao fogo para ser destruído. Judas era tão habilidoso em sua hipocrisia que nenhum dos doze jamais suspeitou dele é devido (Jô 5. 26,27). Hipócritas como Judas não poderão culpar ninguém mais além de si mesmo pela destruição de sua alma.

Conclusão
Depois da ressurreição de Jesus, o lugar de Judas foi ocupado por Matias (At 1. 16-26). O apostolo Pedro disse, “... está escrito no livro dos Salmos: fique deserta a sua morada; e não haja quem nela habite; e, tome outro o seu cargo” (v.20). Matias foi escolhido pois havia estado com Jesus e os outros apóstolos (v.22).
Não se sabe nada sobre Matias além disso. Desse modo, no final, um outro homem perfeitamente comum foi escolhido para tomar o lugar de Judas . E assim, juntamente com os outros discípulos, Matias tornou-se uma poderosa testemunha da ressurreição de Jesus – mais um homem comum que o Senhor elevou a um chamado extraordinário.

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